terça-feira, 1 de dezembro de 2009

E depois há aqueles dias que nos sentimos assim...




... completamente "nuas" e transparentes. E tudo o que há muito estava alojado no coração passa para a boca. A sinceridade impera, e ouvimos aquilo que não queriamos ouvir, não porque seja mau, muito pelo contrário, mas porque piora tudo e não melhora nada.
Isto porque as pessoas não partilham só a rua, a janela, o endereço postal, partilham sentimentos, quer de amizade quer de afeição. E se isto é o melhor do mundo, a amizade, quando a mesma tem que acabar um bocadinho, quer por situações da vida, quer por ausências, custa sempre.

Tal como tudo o resto, perder vizinhos é como perder amigos. Eles não se perdem realmente, mas a habitação muda, a vida muda, e a rua fica mais triste, fica diferente!
Estamos tão habituadas a ter o X o Y e o Z a meio passo que quando estes se mudam de malas e bagagens tudo fica assim... estranhamente estranho.

E quando tudo entoa saudades, sentimentos, momentos partilhados, vividos, e bons, muito bons, entoa também uma certa nostalgia que não é explicada.
Tudo que foi dito no momento de "partir" devia ser dito meses antes... mas as pessoas nascem assim, confusas, teimosas, orgulhosas, e perdem sempre um bocadinho mais... ou então ganham tudo. A questão é essa.

Hoje dava jeito que as janelas da frente e dos lados fossem muros. Tal como um castelo rodeado da sua muralha, só para conseguir sentir como as pedras sentem, só para conseguir falar como as pedras falam.

By C.

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