terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Sushi (not) lover


Eu e o F. não temos por hábito comemorar o dia dos namorados. Desde o primeiro ano que nos conhecemos que descobrimos que ambos não nutríamos um grande gosto por comemorar esse dia. Todavia, é mais um dia em que nos deslocamos a um bom restaurante, para saborear um belo de um petisco.

Tenho a dizer que das coisas que mais reparo num homem, além do sorriso e do humor, do bom humor, é o tipo de comida que lhe apraz e o grau de "esquisitez" do mesmo. Tenho um homem que gosta de vegetais (gosta muito), da boa cozinha portuguesa ou dos sabores do mundo. Se assim não fosse, estava tramada. Recusava-me a comer ou a ter que preparar sistematicamente o mesmo bife com batata frita e arroz, em vez de uma pescada gratinada com puré de maça e aromatizado de manga. Ou apresentar-lhe uns gnocchis de espinafres e ele me perguntar se estou a falar de comida.

Mais do que partilhar o mesmo gosto musical por exemplo, partilhar os mesmos gostos gastronómicos é, para mim, crucial.

Contudo, e em todas as histórias há sempre um "contudo" há um prato que estamos em total desacordo... O Sushi!
Eu adepta incondicional da comida Japonesa que sou, tenho a meu lado uma pessoa que torce o nariz a um belo e crú prato de sushi.
Mas porque já tínhamos saltado feitos tolinhos de avião em paraquedas, mas porque já me tinha pegado ao colo e mergulhado comigo com a minha melhor roupa em alto mar (só porque lhe disse "Naa, não tens coragem para fazer isso"), mas porque já tínhamos jantado na parte de trás do carro em pleno luar, mas porque já tínhamos passeado pelas ruas de Paris, talvez por isto e muito mais, surpreendeu-me de outra forma, levando-me a um conhecido restaurante de Sushi.
Foi querido, comer sushi sem gostar só para me ver feliz. Até confessou já estar a gostar um bocadinho mais e não pôr de lado a hipótese de repetir.

Teria sido isto tudo bonitinho, não fosse a tremenda indisposição que aquilo lhe veio a causar. É verdade meus queridos, o pobre do F. ficou com uma indisposição terrível, com direito a calafrios, a vómitos, a dor de cabeça, a dor abdominal, e mais uns extras desagradáveis a que vos vou poupar. Colocaria em hipótese a comida estar estragada, não fosse eu ter comido do mesmo e ficar satisfeitinha da vida.
Acho que foi mesmo o estômago dele a gritar: "Para a próxima não sejas ótario, não te armes em Don Juan, e janta algo que gostes".

Fiquei assustada e tremendamente arrependida de alguma vez lhe ter pedido para um dia comermos sushi juntos e achar que teria a meu lado um sushi lover, mas mesmo assim ele tranquilizou-me dizendo:

"Sabes, acho que não foi do sushi que fiquei assim, acho que foram as saudades quando te foste embora e a ansiedade de saber que nos próximos dias não te ia ter aqui, de saber que nem sempre te tenho por cá."

E assim se consegue arrancar um sorriso no 6º ano de Dia de S.Valentim em conjunto.

Shame on no Sushi. Shame on nas relações à distância.

by C.

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