Eu e a N. pressentimos, dados os últimos acontecimentos, que não temos um lugar à nossa espera no céu. E se, por um lado, nos tentamos conformar com a ideia de que o Inferno até é melhor, uma vez que é mais quentinho, mais divertido e melhor frequentado (pelo menos os homens giros vão lá estar todos), por outro, a N. diz que não está para beber chá os dias todos, primeiro porque não gosta, e depois porque beber uma bebida fresquinha em sítio tão abrasador não será tarefa fácil. Perguntam vocês, adoráveis leitores, e com razão, mas porque não irão elas para o céu?
Porque nós pecamos, pecamos um bocado, quando vimos um envelope no vidro do carro do vizinho R.
O envelope estava lá sozinho, a olhar para nós e nós a olhar para ele, mas resistimos, primeiro porque não se pode ler aquilo que não é para nós, depois porque a vergonha se sermos “apanhadas” era superior à curiosidade que habitava em nós no momento. Mas eis que esta aumenta, a curiosidade, e tudo fazia sentido, até porque aquilo estava no vidro do vizinho, mas estava da parte de fora, e tudo o que está da parte de fora de qualquer coisa é de todos certo? E se não fossemos nós a pegar na carta, era outra pessoa qualquer, e começou a chover, e podia danificar-se com a chuva e desaparecer, e…, e…
…e claro, meio à socapa fomos busca-la. O plano era o seguinte, uma olhava para todos os lados possíveis para ver se alguém testemunhava o feito, a outra fazia o crime propriamente dito. Como ladrão é aquele que rouba e aquele que vê roubar, lá fomos para casa, todas lampeiras, com a carta nas mãos e a curiosidade quase a rebentar.
Lá abrimos a carta cuidadosamente, e deparamo-nos com uma panóplia de coraçõezinhos cor-de-rosa, uma coisa a roçar o piroso e o infantil, e uma linguagem desesperada ao estilo “mi liga vai” com o respectivo número de telefone e a respectiva assinatura da donzela.
Gargalhada geral. Eu e a N. não contivemos o riso e as lágrimas de tanto rir.
Finda a curiosidade, decidimos devolver a carta ao carro do vizinho, e por sua vez, aliviar ou tentar, o nosso acto pouco complacente.
Será que ainda temos um lugarzinho no céu caros leitores? Talvez não, talvez não.
By C.
Porque nós pecamos, pecamos um bocado, quando vimos um envelope no vidro do carro do vizinho R.
O envelope estava lá sozinho, a olhar para nós e nós a olhar para ele, mas resistimos, primeiro porque não se pode ler aquilo que não é para nós, depois porque a vergonha se sermos “apanhadas” era superior à curiosidade que habitava em nós no momento. Mas eis que esta aumenta, a curiosidade, e tudo fazia sentido, até porque aquilo estava no vidro do vizinho, mas estava da parte de fora, e tudo o que está da parte de fora de qualquer coisa é de todos certo? E se não fossemos nós a pegar na carta, era outra pessoa qualquer, e começou a chover, e podia danificar-se com a chuva e desaparecer, e…, e…
…e claro, meio à socapa fomos busca-la. O plano era o seguinte, uma olhava para todos os lados possíveis para ver se alguém testemunhava o feito, a outra fazia o crime propriamente dito. Como ladrão é aquele que rouba e aquele que vê roubar, lá fomos para casa, todas lampeiras, com a carta nas mãos e a curiosidade quase a rebentar.
Lá abrimos a carta cuidadosamente, e deparamo-nos com uma panóplia de coraçõezinhos cor-de-rosa, uma coisa a roçar o piroso e o infantil, e uma linguagem desesperada ao estilo “mi liga vai” com o respectivo número de telefone e a respectiva assinatura da donzela.
Gargalhada geral. Eu e a N. não contivemos o riso e as lágrimas de tanto rir.
Finda a curiosidade, decidimos devolver a carta ao carro do vizinho, e por sua vez, aliviar ou tentar, o nosso acto pouco complacente.
Será que ainda temos um lugarzinho no céu caros leitores? Talvez não, talvez não.
By C.
3 comentários:
Meninas, não sabia que tinham blogue. Acabei de pôr o link no post. :-)
A querida Cacau comentou este post que por engano não foi moderado por nós.
Cacau: ahah tendo em conta que devolveram pode ser que todos os santinhos e afins fechem os olhos e perdoem :P quem não quer vizinhos assim para ter episódios destes? ;)
Loool! Boa meninas! Serão perdoadas concerteza, aposto que no céu também querem pessoas divertidas.
Beijinhos as duas.
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