segunda-feira, 19 de abril de 2010

Poema - vizinhos


"Já descrevi a paisagem
e o que se passa comigo.
Quando estendo o meu olhar
falta o olhar mais atrevido!
Vamos lá baixar os olhos
e um pouco bisbilhotar,
ver mais ao pé e mais perto,
querer espreitar vizinhos,
não sei se está muito certo!

Na frente, vizinhos novos
nas duas casas lá estão.
Não ponho nenhum senão!
Pessoas de poucas falas...
tratando de desmanchar
o que os anteriores fizeram.
Até me fazem pensar
o que irá acontecer aqui,
se eu desaparecer.

Mais acima e mais abaixo,
(que esta rua é a subir),
tem vizinhos pouco próprios
que até me fazem sorrir.
Mesmo ao lado, na subida,
fica casa de gaveto.
Dizem palavrão que ferve!
Mas é bom que não me enerve,
eu com eles não me meto.

(...)

Ainda bem que são de fora
moram em local diferente.
É muito desagradável
não nos darmos com as pessoas
e ter que olhar pra tal gente.
Eles têm esta casa,
para férias vir passar,
Que sorte! Não os aturo
um ano inteiro a morar!"

Poema de Laura B. Martins

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